Protegei-me dos bajuladores e dos mentirosos
Dos políticos, dos burocratas e dos enganadores
Dos tecnocratas, dos capitalistas, dos comunistas e dos exploradores
Dos genocidas e dos assassinos a distância, calhordas de tailleur e gravata
Homens e mulheres patriarcais
Daqueles que se escudam por detrás de estruturas institucionais
Dos que mamam na teta do Leviatã acendendo incenso
Dos banqueiros, dos egoístas e dos fazedores de velhas piadas
Mas antes disto livrai-me também dos funcionários da bancada
Dos bancários, dos assessores, dos assistentes, dos técnicos e dos sorrisos de recepção
Dos professores mal pagos e das secretárias, dos sindicalistas em combinações secretas com o poder
Dos vesgos místicos, dos caolhos metafísicos, do social mal querer
Dos que estando no erro afirmam a aparência da certeza diante do público
Dos que manipulam privadamente a mente, o coração e o olhar
Para que eu possa, enfim, encontrar o meu lugar,
Entre duas árvores douradas, aonda pousa a árvore da Nigredo
Firmamento que me trespassa e desagua num novo rio
Tarot de Marselha (ed. Camoin-Jodorowsky) |
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