O Louco no baralho de Arthur Waite |
Nas últimas semanas tenho experimentado grande sincronia nas tiragens da "carta do dia", e não tenho postado por absoluta falta de tempo. O cotidiano de trabalho tem sido pesado.
Mas dentre as expressões dos últimos dias, a carta do Louco foi a que revelou seu lado de sombra, cuja qualidade ainda não tinha sequer antevisto na representação de sua imagem, seja no tarô de Waite, que tenho utilizado, seja no de Marselha.
O Louco no Tarô de Marselha |
Quando tirei a carta, pela manhã, associei a viagem que iria fazer neste dia, em direção ao litoral. Pensei comigo: bem, há aqui uma sincronia interessante; irei viajar, devo deixar o espírito livre e tomar cuidado com os perigos, nenhuma novidade.
Mas a loucura manifesta-se sob diversas formas, e pode ser também bastante agressiva: perdi totalmente as estribeiras, de um modo absolutamente violento e inesperado, a meio caminho do litoral. A melhor maneira de ilustrar o episódio seria dizendo que entrei mesmo em transe, um transe cego e interminável de berros e impropérios contra minha irmã. O motivo não importa: a situação pedia uma reação diante de uma atitude que fora estúpida, mas é preciso definitivamente manter o controle.
Tenho tentando extirpar a impaciência e a raiva a minha volta, mas para isso devo eliminá-las primeiro em mim mesmo. Essa consciência é pessoal e iniciática.
Loucura é vertigem, manifesta-se de modo imprevisível. Para o bem e para o mal.
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