Ainda seguindo na leitura de "Jung e o Tarô", de Sallie Nichols, a autora aponta a métrica das "cartas-semente", que marcam transições e guardam o potencial de novos crescimentos e transcendências.
Assim, de modo simplificado, ao final de cada conjunto de 3 cartas temos as lâminas de transição, segundo uma narrativa psicanalítica através da jornada do herói ou ego:
Simbolicamente, O Imperador marca a transição do meio familiar um mundo social maior, marcado por personagens masculinas e ligadas ao universo da concretização material, ou da idéia de civilização de um modo geral, na passagem da infância para a juventude.
O Carro representa o sujeito sintonizado com o destino, que não dirige nem é dirigido. Nesse estágio o herói tem um potencial de auto-percepção e de realização mais imune às interferências arquetípicas. O sujeito comanda.
A Roda da Fortuna é daquelas cartas de destino, que fogem ao livre-arbítrio, e que mudam a direção da vida para uma rota imprevisível.
A Morte é, evidentemente, outra destas carta, com sua simbologia ligada à renovação. O velho morre para dar lugar ao novo.
A Torre liga-se à iluminação repentina, à uma consciência nova que se apresenta e derruba de súbito todos os velhos conceitos e as formas obsoletas da vida. O ego é destronado e vai abaixo, e o mundo vira de ponta cabeça.
E o Sol é uma das minhas preferidas. Já no conjunto final dos Arcanos Maiores, ligada a vibrações astrais superiores e no caminho da transcendência pessoal, representa o encontro com uma espécie de plenitude. Aqui o espírito se apresenta com toda a força e vitalidade, ao mesmo tempo ciente de seus limites e pronto para resplandecer com espontaneidade, intuição, clareza e sabedoria.
O número 3 é ligado ao triângulo, e desde Pitágoras é entendido como um algarismo com propriedades ligadas ao equilíbrio, à formação de uma nova ordem com princípio, meio e fim, uma "realidade tangível" e que metafisicamente, depois da "essência nebulosa" do ponto e da reta, que correspondem ao 1 e ao 2, diz respeito à experiência humana.
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