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sexta-feira, 23 de março de 2012
O LARÁPIO
Cada lâmina do Tarô têm, se não uma polissemia mais ou menos latente, ao menos uma ambiguidade que se pode deduzir a princípio: o lado positivo e o negativo.
Ao início de meus contatos com o jogo, tive dificuldades em enxergar no 7 de Espadas uma janela para um aspecto positivo potencial. Isto porquê no Tarô de Rider-Waite, além da própria imagem desta carta específica, as representações do naipe de espadas tendem à colar à racionalidade (a espada) o peso do pensamento excessivo: a mente que "mente" - preocupação, angústia e tormentos psicológicos são para mim imagens evidentes em algumas cartas do naipe; ao mesmo tempo, na imagem do homem sorrateiro marcava-me uma idéia de subtração de capacidades intelectuais, de poder de análise deficiente face a uma situação real, ou mesmo algum tipo de sabotagem realizada por outrem em alguma questão do dia-a-dia, dificultando as coisas.
Porém, é afinal jogando que vamos percebendo aos poucos a multiplicidade de sentidos emanada pelas cartas nas infinitas associações possíveis entre elas. Recentemente esta lâmina tem-me saído com um aspecto eminentemente positivo, indicando que podemos ficar tranquilos diante de determinada situação, e que nossas preocupações não culminarão, ao final, no perigo imaginado, ou na situação adversa que tememos.
Numa relação entre 3 lâminas dentro de um lançamento que pude fazer, o larápio leva o problema mental - ou a "preocupação" - figurado em uma carta a seu lado (um arcano menor) para uma terceira carta (um arcano maior), num caminho de sublimação. O número 5 é a chave da conexão:
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